FERRAL R
A primeira referência a esta casta aparece em 1513, por Herrera, professor da Universidade de Salamanca. Após esta data, há muitas referências a “Ferrais”, embora se depreenda, pela informação, que se referem a várias castas tendo em comum os cachos grandes, e os bagos grandes e rijos [1].
A Ferral aqui descrita corresponde à mais comum existente em Portugal.
Referida na Portaria nº 380/2012 com o número de código PRT50104[2].
Figura na base de dados Vitis International Variety Catalogue (VIVC) sob a designação de Ahmeur bou Ahmeur, com o nº 140[3], embora, nesta base de dados, a Ahmeur bou Ahmeur não apareça como sinónimo de Ferral.
Casta de origem argelina, de dupla aptidão (mesa e vinho).
Casta com clorótipo C[3], considerado um clorótipo típico das castas originárias do Próximo Oriente. Não tem progenitores conhecidos!
Superfície cultivada em Portugal: Residual no encepamento nacional[4].
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[1] Menezes, J.T.C. Pinto de, 1896. Apontamentos para o Estudo da Ampelographia Portugueza, 2ª série. Bol. Dir. Geral Agricultura 6 (7), 567-826.
[2] Portaria Nº 380/2012, de 22 de novembro, do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
[3] Maul et al. (2022): Vitis International Variety Catalogue - AHMEUR BOU AHMEUR (vivc.de) – acedido em março, 10, 2022.
[4] Vinhos e Aguardentes de Portugal 2018 - Anuário, 206 pp. Instituto da Vinha e do Vinho, Lisboa
Extremidade do ramo jovem aberta, com orla ligeiramente carmim e nula densidade de pelos prostrados.
Folha jovem cobre avermelhada.
Flor hermafrodita.
Pâmpano estriado de vermelho e gomos verdes.
Folha adulta média, pentagonal, quinquelobada; limbo verde médio e irregular; página inferior com nula densidade de pelos prostrados; dentes grandes e retilíneos; seio peciolar aberto, com a base em U, e seios laterais superiores abertos em V.
Cacho grande, cónico e medianamente compacto, pedúnculo de comprimento médio.
Bago grande, troncovóide e rosado.
Sarmento castanho.
Microssatélites (SSR)
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Alelos (VIVC) [3]
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VVS2
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135 : 147
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VVMD5
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234 : 240
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VVMD7
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239 : 249
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VVMD25
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255 : 267
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VVMD27
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184 : 195
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VVMD28
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248 : 254
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VVMD32
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252 : 256
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ssrVrZAG62
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192 : 204
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ssrVrZAG79
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247 : 257
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Abrolhamento: Tardio, 14 dias após Castelão.
Floração: Tardia, 10 dias após a Castelão.
Pintor: Tardio, 13 dias após a Castelão.
Maturação: Tardia, duas semanas após a Castelão.
Vigor elevado.
Porte semi-erecto.
Sensível ao míldio.
Mostos com teor alcoólico provável baixo e baixa acidez.
Em Portugal é considerada casta minoritária, pois não possui material standard, nem clones certificados, para multiplicação[5].
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[5]Castas-minoritarias_3-3-2023.pdf (dgav.pt), acedido em março, 2023.
For citation please use:
Jorge Cunha, Francisco Baeta, José Eiras-Dias (year). Base de Dados da Coleção Ampelográfica Nacional, EVN. Available at: www.INIAV.pt (accessed month year).