ARAGONEZ T
Referida na Portaria nº 380/2012 com o número de código PRT52603 [1].
Figura na base de dados Vitis International Variety Catalogue (VIVC) com a designação Tempranillo Tinto e o nº 12350 [2].
Casta com clorótipo A [2], considerado o clorótipo típico das castas originárias da Península Ibérica. Cruzamento natural de Albillo Mayor x Benedicto.
Embora seja o cruzamento natural de duas castas espanholas, a sua cultura em Portugal aparece referenciada entre 1800 e 1850 [3]. Gyrão, em 1822, refere a Aragonez como sendo cultivada na região do Douro. Atualmente conhecida por Tinta Roriz nas regiões do Douro e do Dão. Até 1880, não há qualquer referência à Tinta Roriz, levando a ponderar a hipótese da sua introdução no país ter sido feita pelo Alentejo.
Superfície cultivada em Portugal: Cultiva-se por todo o Continente, com exceção da região dos Vinhos Verdes, ocupando 21 047 ha (11 % do encepamento nacional) e sendo a casta com mais área de cultura, especial destaque para as DOP Douro, Porto e Trás-os-Montes [4].
É a casta ibérica por excelência. Tempranillo, Tinto Fino, Cencibel, Ull de LLebre, são alguns dos seus muitos nomes utilizados em Espanha. Na Califórnia (Estados Unidos da América) é conhecida por Valdepeñas, região espanhola donde será originária.
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[1] Portaria Nº 380/2012, de 22 de novembro, do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
[2] Maul et al. (2023): Vitis International Variety Catalogue - ARAGONEZ (vivc.de) – acedido em março, 2023.
[3] Menezes, J.T.C. Pinto de, 1889. Lista das Castas de Videiras Portuguezas. Bol. Dir. Geral Agricultura 1 (5), 351-399.
[4] Vinhos e Aguardentes de Portugal 2020/2021 - Anuário, 188 pp. Instituto da Vinha e do Vinho, Lisboa.
Extremidade do ramo jovem aberta, com orla carmim de intensidade média, forte densidade de pelos prostrados.
Folha jovem amarelada com tons bronzeados, página inferior com média a forte densidade de pelos prostrados e de pelos eretos.
Flor hermafrodita.
Pâmpano estriado de vermelho, com gomos verdes.
Folha adulta grande, pentagonal, com cinco lóbulos, o central bem desenvolvido; limbo verde médio, irregular, ligeiramente bolhoso e enrugado; página inferior com média densidade de pelos prostrados e forte densidade de pelos eretos; dentes grandes e convexos; seio peciolar e seios laterais fechados, com base em U.
Cacho médio, cilindro-cónico, medianamente compacto, pedúnculo de comprimento médio.
Bago arredondado, médio e negro-azul; película de espessura média, polpa de consistência média.
Sarmento castanho amarelado.
Microssatélites (SSR)
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Alelos (VIVC) [2]
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VVS2
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143 : 145
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VVMD5
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238 : 238
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VVMD7
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239 : 253
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VVMD25
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241 : 255 |
VVMD27
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184 : 184
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VVMD28
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258 : 258 |
VVMD32
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250 : 252 |
ssrVrZAG62
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196 : 200
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ssrVrZAG79
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247 : 251
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Abrolhamento: Época média, 9 dias após a Castelão.
Floração: Época média, 6 dias após a Castelão.
Pintor: Época média, 2 dias antes da Castelão.
Maturação: Época média a precoce, em simultâneo ou uma semana antes da Castelão.
Porte semi-ereto.
Vigor elevado.
Pouco sensível ao desavinho e à Lasiodiplodia (doença do lenho). Sensível ao oídio e à cigarrinha verde. Muito sensível à escoriose (doença do lenho).
A vara parte com facilidade à empa.
Exige boa gestão da água. Bastante produtiva, a produção excessiva faz baixar a qualidade do vinho de modo assinalável.
Fica prejudicada quando enxertada em 1103 P.
Produz vinhos aromáticos, alcoólicos, carregados de cor e encorpados, embora com pouca acidez total. Isto tem por consequência que um vinho elementar, ainda que conserve bem a cor, perde a sua vivacidade e o seu frutado após alguns anos.
Possui clones certificados para multiplicação [5]:
Clones (Responsável pela manutenção)
54 EAN PT (a)
55 EAN PT (a)
56 EAN PT (a)
57 EAN PT (a)
58 EAN PT (a)
59 EAN PT (a)
60 EAN PT (a)
106 JBP PT (b)
110 JBP PT (b)
111 JBP PT (b)
114 JBP PT (b)
117 JBP PT (b)
(a) PORVID - Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira, https://www.facebook.com/porvid.portugal/;
(b) JBP/Plansel - https://plansel.com/viveiros/.
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[5] lista-nacional-de-clones-completa.pdf (dgav.pt), acedido em março, 2023.
For citation please use:
Jorge Cunha, Francisco Baeta, José Eiras-Dias (year). Base de Dados da Coleção Ampelográfica Nacional, EVN. Available at: www.INIAV.pt (accessed month year).