O projeto Conservação de Recursos Genéticos Florestais da Madeira - REGIS está a decorrer, com a parceria do INIAV, sendo um dos objetivos deste projeto produzir plantas e estabelecer “campos de plantas-mãe” da espécie selvagem Olea maderensis com vista à reintrodução ou reforço populacional e à recuperação de espécies e habitats, nomeadamente os inscritos na Diretiva Habitats, assegurando desta forma a conservação de recursos genéticos da região de intervenção.
O Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV) e o polo de Oeiras do INIAV, com participação ativa no plano de recuperação da Olea maderensis, iniciaram os trabalhos com a prospeção e colheita de material já georeferenciado na ilha para Identificação e avaliação de infeção bacteriana, Avaliação da diversidade genética e Propagação da Olea maderensis. No BPGV, o material deu entrada para fins de propagação quer via seminal – sementes - quer via vegetativa – lançamentos da árvore em crescimento. Os protocolos para as duas metodologias de propagação foram elaborados e realizados em estufa (via seminal) e no laboratório de cultura de tecidos (via vegetativa). Novos indivíduos começaram a emergir, observando-se maior sucesso de emergência pela via seminal. Após observação do desenvolvimento vegetativo da semente/explante para planta, determinou-se o momento para se dar início à fase de aclimatação dos novos indivíduos. Esta fase de adaptação da planta ao meio natural envolvente é dependente de vários fatores e exige muita atenção. É a etapa determinante para a sobrevivência da planta. Após ultrapassarem esta fase, as plantas encontram-se prontas para regressar e sobreviver no seu habitat natural. O número de indivíduos de Olea maderensis que sobreviveram a esta fase foi elevado. Ramos destas novas plantas foram colhidos e enviados para o polo de Oeiras que fez o rastreio para infeção bacteriana. Todas as amostras responderam de forma negativa à presença de bactérias fitopatogénicas. Este resultado atestou que os novos indivíduos apresentavam boas condições fitossanitárias, possibilitando o seu envio para a Ilha da Madeira. As plantas, regressadas à ilha, aguardam a reintrodução no seu habitat natural. Desta forma houve a contribuição do INIAV para o reforço da população de Olea maderensis no arquipélago, assim como o controlo da disseminação de infeção bacteriana.
Chegada de Olea maderensis, propagado no INIAV, à ilha da Madeira.