Entre 15 e 18 de outubro de 2025 foi dado mais um passo importante em defesa do património biogenético que a camarinha (Corema album) representa, para impedir a extirpação (desaparecimento a nível local) desta planta endémica na Mata do Camarido, como já aconteceu, infelizmente, noutras zonas do país e da Galiza. Deste modo, uma atividade promovida pela Associação COREMA e o Projeto EMC² (Explorar Matos de Camarinhas da Costa, MARE-ARNET) contou com a participação de 100 alunos do 8º e 7º ano da Escola Básica e Secundária de Caminha e de 30 escuteiros do Agrupamento 573 – Seixas (Caminha) na plantação de cerca de 3 000 camarinhas (machos e fêmeas), na Mata Nacional do Camarido, restinga da Foz do Minho e cordão dunar de Moledo. Esta iniciativa prolongar-se-á nos próximos dias, através da plantação de mais 1500 pés de camarinhas, nos locais acima referidos. A conservação desta população de camarinhas é crucial para travar a sua extirpação no concelho de Caminha e no Alto Minho, sendo um processo iniciado há quase uma década, dado que a Associação COREMA encetou em 2016 um projeto de restauro e recuperação da população das camarinhas da Mata Nacional do Camarido e da Duna de Moledo, em situação de declínio. Em paralelo, decorre também desde setembro de 2016 o Projeto educativo EMC² ‘Explorar Matos de Camarinhas da Costa’ (MARE-ARNET) que divulga e promove a conservação desta espécie, com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ao MARE e coordenado pela investigadora M. Alexandra Abreu Lima (INIAV, IP - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.
A Atividade de Conservação com a propagação de plantas por estacaria decorre segundo metodologia estabelecida pela equipa do Investigador Pedro Oliveira (INIAV, IP, Oeiras). Esta metodologia de propagação foi testada nas estufas do INIAV, IP em 2017, tendo sido feita a primeira reintrodução de plantas obtidas por estacaria na Mata do Camarido, em 2018. Esta iniciativa foi bem sucedida e no verão de 2021 surgiram em algumas plantas femininas as ‘camarinhas’, pequenos frutos comestíveis de peculiar cor branca ou tom rosado. Esta metodologia foi publicada e a iniciativa divulgada a nível internacional, no Portal ‘Panorama Solutions’.
As ações dos projetos da COREMA e Emc2 têm sido desenvolvidas mediante protocolos de parceria com o Município de Caminha, a Freguesia de Moledo e Cristelo, a União de Freguesias de Caminha (Matriz) e Vilarelho, o Viveiro ‘Raiz da Terra’ (Vile), o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e o envolvimento de Escolas do Concelho de Caminha.
O Projeto Emc2 é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT, Portugal) através dos projetos estratégicos UIDB/04292/2020 e UIDP/04292/2020 atribuídos ao MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e o projeto LA/P/0069/2020 atribuído ao Laboratório Associado ARNET - Aquatic Research Network.















