FERNÃO PIRES B
Referida na Portaria nº 380/2012 com o número de código PRT52810 [1].
Figura na base de dados Vitis International Variety Catalogue (VIVC) com o nº 4100 [2].
Casta com clorótipo A [2], típico das castas originárias da Península Ibérica. Cruzamento natural de Malvasia Fina com outro progenitor ainda não identificado [2].
A sua cultura aparece referenciada antes de 1799. Alvares da Silva, em 1788, refere a Fernão Pires como casta temporã [3].
Superfície cultivada em Portugal: no Centro-Sul, ocupando 11 997 ha (6% do encepamento nacional), sendo a 4ª casta com mais área de cultura e a principal casta branca [4].
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[1] Portaria Nº 380/2012, de 22 de novembro, do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
[2] Maul et al. (2023): Vitis International Variety Catalogue - FERNÂO PIRES (vivc.de) – acedido em março, 2023.
[3] Menezes, J.T.C. Pinto de, 1896. Apontamentos para o Estudo da Ampelographia Portugueza, 2ª série. Bol. Dir. Geral Agricultura 6 (7), 567-826.
[4] Vinhos e Aguardentes de Portugal 2020/2021 - Anuário, 188 pp. Instituto da Vinha e do Vinho, Lisboa.
Extremidade do ramo jovem aberta, com carmim na orla de intensidade média e média densidade de pelos prostrados.
Folha jovem amarela com zonas bronzeadas, página inferior com elevada densidade de pelos prostrados.
Flor hermafrodita.
Pâmpano ligeiramente estriado de vermelho, com gomos verdes.
Folha adulta de tamanho médio, pentagonal, com três lóbulos; limbo verde escuro, irregular, bolhosidade média, página inferior com média densidade de pelos prostrados; dentes curtos e convexos; seio peciolar aberto, com a base em U, seios laterais abertos em V.
Cacho médio, cónico alado, curto, compacidade média, pedúnculo de comprimento médio.
Bago arredondado, pequeno e verde-amarelado; película de espessura média, polpa mole.
Sarmento castanho amarelado.
Microssatélites (SSR)
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Alelos (VIVC) [2]
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VVS2
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145 : 151
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VVMD5
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228 : 242
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VVMD7
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239 : 239
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VVMD25
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241 : 263 |
VVMD27
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184 : 195
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VVMD28
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228 : 236 |
VVMD32
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240 : 256 |
ssrVrZAG62
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188 : 194
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ssrVrZAG79
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247 : 247
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A Fernão Pires é considerada casta-referência para os estados fenológicos das castas brancas.
Abrolhamento: Precoce.
Floração: Precoce.
Pintor: Precoce.
Maturação: Precoce.
Porte semi-prostrado.
Vigor médio.
Apresenta boa fertilidade nos gomos da base da vara pelo que vai muito bem em poda curta.
Sensível ao míldio e à podridão. Menos sensível ao oídio. Medianamente sensível a doenças do lenho.
Devido a abrolhar cedo, é sensível às geadas tardias. Recomenda-se a poda o mais tarde possível em locais propícios à ocorrência de geadas.
Suporta com dificuldade o stress-hídrico no Verão, sobretudo em solos de baixa capacidade de retenção para a água.
Casta com particularidades aromáticas muito acentuadas.
Muito rica em determinados álcoois terpénicos; pobre em ácidos orgânicos (pouca frescura ácida), principalmente em situações edafoclimáticas de elevado stress-hídrico no Verão.
A sua versatilidade permite a produção de vinhos elementares ou de lote, incluindo espumantes e colheita tardia.
Os vinhos de Fernão Pires devem ser consumidos tendencialmente enquanto jovens.
Possui clones certificados para multiplicação [5]:
Clones (Responsável pela manutenção)
68 EAN PT (a)
69 EAN PT (a)
70 EAN PT (a)
71 EAN PT (a)
72 EAN PT (a)
73 EAN PT (a)
74 EAN PT (a)
1 JBP PT (b)
(a) PORVID - Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira, https://www.facebook.com/porvid.portugal/;
(b) JBP/Plansel - https://plansel.com/viveiros/.
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[5] DGAV > Plantas > Sementes, Plantas e Variedades > Materiais de Propagação > Videira (2021) - Videira – DGAV- acedido em julho, 12, 2021.
For citation please use:
Jorge Cunha, Francisco Baeta, José Eiras-Dias (year). Base de Dados da Coleção Ampelográfica Nacional, EVN. Available at: www.INIAV.pt (accessed month year).