CASTELÃO T
Referida na Portaria nº 380/2012 com o número de código PRT53106 [1].
Figura na base de dados Vitis International Variety Catalogue (VIVC) com o nº 2324 [2].
Casta com clorótipo A [2], considerado o clorótipo típico das castas originárias da Península Ibérica. Cruzamento natural de Cayetana Blanca/Sarigo x Alfrocheiro Preto [3].
Embora seja o cruzamento natural de duas castas mais antigas, a sua cultura aparece referenciada antes de 1799 [4]. Ruy Fernandes, em 1531, refere a Castelão como sendo cultivada na região de Lamego.
Superfície cultivada em Portugal: no Centro-Sul, com especial incidência nas IGP Lisboa, Tejo, Península de Setúbal e Alentejo. Ocupando 9 952 ha (5% do encepamento nacional) e sendo a 5ª casta com maior área de cultura [5].
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[1] Portaria Nº 380/2012, de 22 de novembro, do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
[2] Maul et al. (2023): Vitis International Variety Catalogue - CASTELÃO (vivc.de) – acedido em março, 2023.
[3] Cunha et al. (2020) Genetic Relationships Among Portuguese Cultivated and Wild Vitis vinifera L. Germplasm. Front. Plant Sci. 11:127. doi: 10.3389/fpls.2020.00127
[4] Menezes, J.T.C. Pinto de, 1889. Lista das Castas de Videiras Portuguezas. Bol. Dir. Geral Agricultura 1 (5), 351-399.
[5] Vinhos e Aguardentes de Portugal 2020/2021 - Anuário, 188 pp. Instituto da Vinha e do Vinho, Lisboa.
Extremidade do ramo jovem aberta, com carmim na orla, de intensidade baixa, e elevada densidade de pelos prostrados.
Folha jovem amarelada, página inferior com elevada densidade de pelos prostrados.
Flor hermafrodita.
Pâmpano verde, com gomos verdes.
Folha adulta de tamanho médio, pentagonal, com cinco lóbulos; limbo verde médio, irregular, medianamente bolhoso, página inferior com elevada densidade de pelos prostrados; dentes médios e convexos; seio peciolar pouco aberto, com a base em chaveta, seios laterais abertos em V.
Cacho médio, cónico-alado, compacto, pedúnculo curto.
Bago arredondado, médio e negro-azul; película medianamente espessa, polpa rija.
Microssatélites (SSR)
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Alelos (VIVC) [2]
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VVS2
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143 : 145
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VVMD5
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238 : 240
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VVMD7
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243 : 257
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VVMD25
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241 : 255 |
VVMD27
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180 : 182
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VVMD28
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236 : 248 |
VVMD32
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252 : 252 |
ssrVrZAG62
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188 : 188
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ssrVrZAG79
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247 : 251
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A Castelão é considerada casta-referência para os estados fenológicos das castas tintas.
Abrolhamento: Precoce.
Floração: Precoce.
Pintor: Época média.
Maturação: Época média.
Porte ereto. Na altura da floração adquire um aspeto bastante característico, devido ao seu porte ereto e ao ângulo de inserção das folhas no pecíolo - as folhas dispõem-se como as telhas de um telhado, apresentando-se a cepa bastante “fechada” e ereta;
Vigorosa.
Boa produtividade. Tendência para rebentação múltipla.
Sensível ao desavinho.
Pouco sensível à podridão, no período de maturação. No período de floração é sensível à podridão, que ataca o pedúnculo do cacho.
Pouco sensível ao oídio.
Bastante versátil, adapta-se bem a terrenos húmidos.
Adaptável a várias situações edafoclimáticas, agradece, contudo, solos de média a baixa fertilidade para exprimir todo o seu potencial enológico. Encontra nos podzóis da Península de Setúbal o seu solar de excelência.
Exigente em potássio e sensível a excesso de azoto, que lhe promove o desavinho.
Os vinhos obtidos possuem tons granada ou rubi, aroma frutado, delicado e complexo, sendo geralmente macios, equilibrados e persistentes.
Apresenta boa aptidão para envelhecimento em madeira.
Normalmente constitui uma casta de lote, mas na região vitícola de Palmela, produz vinhos elementares bem estruturados, ricos em aromas primários quando jovens, macios e alcoólicos.
Possui os seguintes clones certificados [6]:
Clones (Responsável pela manutenção)
29 EAN PT (a)
30 EAN PT (a)
31 EAN PT (a)
32 EAN PT (a)
33 EAN PT (a)
5 JBP PT (b)
25 JBP PT (b)
26 JBP PT (b)
(a) PORVID - Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira, https://www.facebook.com/porvid.portugal/;
(b) JBP/Plansel - https://plansel.com/viveiros/.
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[6] lista-nacional-de-clones-completa.pdf (dgav.pt), acedido em março, 2023.
For citation please use:
Jorge Cunha, Francisco Baeta, José Eiras-Dias (year). Base de Dados da Coleção Ampelográfica Nacional, EVN. Available at: www.INIAV.pt (accessed month year).